Inflação de alimentos: o que esperar em 2025

O último trimestre de 2024 foi marcado por um aumento significativo nos preços dos alimentos no Brasil. Fatores climáticos, como queimadas, estiagens prolongadas e a valorização do dólar contribuíram para a inflação. Diversos alimentos foram impactados negativamente. Entre os maiores aumentos foram a laranja-lima (25%), o óleo de soja (8,38%), o tomate (8,15%) e o café (2,79%), além de produtos básicos como carne, leite, pão francês e manteiga.

A valorização do dólar foi um dos maiores vilões. Segundo o CEO da exportadora de grãos AgroDakila, Urandir Fernandes de Oliveira, o câmbio teve impacto decisivo nos últimos meses. “Insumos agrícolas, alimentos, ingredientes e matéria-prima usada na produção de alimentos ficaram mais caros. Tudo isso é cotado em dólar no Brasil. Isso afeta diretamente a produção de trigo, soja e outros grãos essenciais para a alimentação humana e de animais”, explica. 

Para 2025, as expectativas apontam para uma possível redução ou pelo menos uma estabilização nos preços. Apesar dos aumentos significativos, as primeiras estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra de grãos de 2024/25 indicam uma produção recorde, com um aumento de 8,3% em relação à safra anterior. Isso poderia aliviar os preços dos alimentos devido ao aumento da oferta, em especial a produção de arroz deve crescer 13,8% e a de feijão 0,5%.

Para Urandir Fernandes de Oliveira, a melhoria das condições climáticas é uma das premissas para a redução dos preços dos alimentos: “Se essas estimativas se concretizarem, poderemos ver uma redução nos preços dos alimentos, o que seria benéfico para todo o setor gastronômico e, claro, para os consumidores”, porém, o essa melhoria depende também das condições climáticas e da estabilização do câmbio.

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